Como uma pessoa com transtorno alimentar se sente?
- Thayane Fraga
- 9 de out. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de jan. de 2024
Alguns dos estigmas associados aos transtornos alimentares é de ser algo que está sob controle da pessoa, ser um problema fútil e passageiro, no entanto, a verdade é que os transtornos alimentares são doenças graves, com fortes emoções e pensamentos desconfortáveis.
É preciso considerar que existe um intenso sofrimento envolvido, e que a insatisfação corporal presente nesses casos é imensamente maior do que a maioria da população experiencia eventualmente, ao ponto de impedir uma vida normal.

Pacientes com transtornos alimentares vivenciam pensamentos invasivos, inevitáveis e extremamente desconfortáveis sobre a comida e o corpo.
O medo e a angústia ultrapassam uma preocupação normal com a saúde e o peso, e chegam a ser obsessivos, o que caracteriza a dimensão patológica desses casos.
Uma comparação que eu acho muito interessante (citado no livro "Como lidar com os transtornos alimentares: guia prático para familiares e pacientes"), é de que muitos de nós podemos sentir medo de baratas, no entanto, nos casos de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) ou fobia, esse medo chega a ser desproporcional. Uma pessoa com TOC ou fobia pode até saber que o medo não faz sentido, mas esses pensamentos são repetitivos, inevitáveis e incontroláveis, e consequentemente, a pessoa passa a evitar qualquer situação que a faça viver esse medo mais intensamente. De forma semelhante, o paciente com transtorno alimentar enfrenta muitos medos e angústias, o que faz com que exista uma grande dificuldade em comer de forma/quantidade adequada e/ou que recorra a comportamentos disfuncionais para controle de peso.
Em alguns casos, principalmente na anorexia nervosa, pode existir muita resistência para reconhecer a doença, visto que ao mesmo tempo em que existe sofrimento, também pode se existir satisfação e alívio do medo ao recorrer aos comportamentos alimentares inadequados e não saudáveis, sem uma visão crítica dos prejuízos na saúde física, emocional e social.
Geralmente, com o passar do tempo os sentimentos de angústia, medo e insatisfação ficam ainda mais intensos e o paciente se vê em um padrão de comportamentos disfuncionais cada vez mais difíceis de romper.
O tratamento não costuma ser fácil, mas é a melhor forma para recuperar uma vida normal, e em casos graves, para salvar a vida do paciente, considerando que os transtornos alimentares estão entre as doenças psiquiátricas que mais matam.
Para complementar esse entendimento, indico o livro: Como lidar com os transtornos alimentares: guia prático para familiares e pacientes.
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Com o tempo é gosto, a aparência fraca, vai se tornando algo bonito algo que chama mais a atenção que o peso. A sensação de fraqueza, a fome, parece bom, a sensação de estar vazia, comer digerir corretamente e sentir o estômago vazio não sei dizer, é prazeroso, eu queria entender mais...