O que não dizer para uma pessoa com Transtorno Alimentar

Você conhece alguém que está enfrentando dificuldades com a alimentação e o peso? Nesses momentos, o apoio da família e amigos é fundamental, no entanto, pode ser difícil discutir as preocupações alimentares sem gerar gatilhos.

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Alguns exemplos do que NÃO dizer:

Por que você simplesmente não come?

Os transtornos alimentares são doenças graves, com fortes emoções e pensamentos desconfortáveis. Existem questões biológicas, genéticas e socioculturais complexas em jogo que tornam a pessoa incapaz de comer uma quantidade adequada por um medo que chega a ser irracional.

Você parece ótima/saudável/melhor do que nunca!

Pode parecer algo útil de dizer. No entanto, os pacientes relatam repetidamente que esse é um comentário incrivelmente desencadeador de sintomas. Infelizmente, os transtornos alimentares alteram a maneira como essas pessoas percebem as coisas. É melhor não fazer elogios em relação à aparência!

Em que dieta você está?

Sabemos como é comum falar de dietas e perda de peso na nossa sociedade. No entanto, se uma pessoa com transtorno alimentar está perdendo peso e recebe feedback positivo de outras pessoas sobre a perda de peso, isso pode encorajar e reforçar os comportamentos alimentares inadequados e não saudáveis.

Por que você não para de vomitar?

Esse tipo de pergunta serve apenas para gerar emoções negativas e difíceis, que podem ser gatilhos para futuros episódios de compulsão alimentar e purgação. O transtorno alimentar não é uma escolha, é uma doença grave e a pessoa precisa de ajuda para interromper os comportamentos disfuncionais.

Você não parece saudável!

Estas podem parecer palavras de preocupação, mas o único objetivo do transtorno alimentar é a magreza e não a saúde, e o transtorno alimentar pode facilmente distorcer essa frase ao seu favor. Em geral, é melhor evitar qualquer referência à aparência, tamanho, forma ou peso de uma pessoa.

Ao invés dos exemplos citados acima, concentre-se em comportamentos que você observou pessoalmente, como: “percebi que você não está mais jantando com a gente” ou “estou preocupado com a frequência com que você vai à academia”.

É fácil soar acusatório quando utilizamos algo do tipo “você não está comendo!” ou “você está se exercitando demais!”, o que pode fazer com que a pessoa se coloque na defensiva.

Também é importante evitar soluções simplistas como "apenas pare" ou "apenas coma", isso não ajuda e só faz com que a pessoa se sinta incompreendida. Incentive-a (o) a buscar ajuda de profissionais com experiência em transtornos alimentares, quanto antes for o início do tratamento, maiores as chances de recuperação.

Lembre-se: pessoas com distúrbios alimentares podem parecer saudáveis, mas são pessoas em sofrimento, e podem estar extremamente doentes.

Espero ter ajudado de alguma forma,

Se cuide!